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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prefeito aluga o próprio imóvel para a prefeitura no interior do Paraná

O Ministério Público (MP) vai fazer uma auditoria nas contas da Prefeitura de Carambeí, na região dos Campos Gerais do Paraná, para verificar a suspeita de que o aluguel do imóvel onde se encontra a prefeitura pode ter sido pago com atraso propositadamente. Isto porque o dono do prédio é o prefeito Osmar Rickli. 

"A principal irregularidade é o fato de ele ter feito um negócio de um bem particular como prefeito e ter alugado para a própria prefeitura", explica o promotor Paulo Conforto. Segundo o MP, o negócio vai contra uma lei municipal.

O profeito não quis gravar entrevista. Em nota, informou que o prédio é o único de Carambeí que atende as necessidades da administração pública.

O prédio de dois andares fica na entrada da cidade e é alugado por R$ 9.250 por mês. O contrato de locação foi assinado em dezembro de 2004, dois dias antes de Osmar Rickli tomar posse.

No documento está previsto um desconto, caso o aluguel seja pago em dia. A pontualidade das contas da prefeitura, entretanto, está sobre suspeita. Um recibo comprova que só nos dois primeiros meses de mandato, em 2005, o prefeito ganhou mais de R$ 21 mil com aluguel, R$ 4.200 só em multa por causa dos atrasos.

A ação do MP pede que o prefeito Rickli e a mulher dele devolvam todo o dinheiro recebido pela locação do prédio, durante os quase sete anos a frente da prefeitura. O montante é de R$ 824 mil.

http://glo.bo/tHwdBU

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lula, doente, enfrenta alguns Caims

30/10/2011
Uma intervenção cirúrgica no coração! Pois é! Iria me acontecer daqui uns cinco anos, mas a “genética ruim” a trouxe para este ano. Pego de surpresa, lá fui eu para Ribeirão Preto. Tratamento particular num bom hospital, com equipe de primeira, tudo arrumado pelo meu médico e amigo de infância, William Haddad. Operei rapidinho e entrei para a minha suíte grande e confortável. Era a “recuperação”, com direito a acompanhante. Fran assinou os cheques. No frigir dos ovos, ela contabilizou que gastamos cinco mil reais a menos do que gastaríamos se tivéssemos optado por pagar algum plano de saúde, mesmo com o desconto dado na Universidade em que trabalho.
Como a Fran conseguiu fazer isso? Simples: ela não paga plano de saúde, ela faz tudo “particular”, no dinheiro, e sempre somos atendidos na hora e com o que há de melhor. Duvido que um figurão da República tenha atendimento melhor. E isso porque a Fran guarda todo mês um dinheirinho, fazendo um caixa para usarmos exatamente nesse tipo de eventualidade. Caso pagássemos um plano de saúde não seríamos atendidos pelos médicos de nossa escolha, não teríamos o atendimento VIP que tivemos, teríamos de esperar e, ao fim e ao cabo, eu não poderia colocar a prótese no coração que eu coloquei, teria mesmo de pagar “por fora” para escolher a melhor. Isso sem contar outros imprevistos dos planos de saúde, sempre sorrateiros. Quem se organiza como a Fran, vive bem. Eu vivo bem. Quem  não tem Fran, dança. Você paga plano de saúde? É porque deu azar, casou mal.
Como eu, Lula também foi pego de surpresa: tem de ir para um tratamento médico. Lula foi presidente da República duas vezes. Com o seu salário pode pagar médico como eu pago: particular. Não cabe a ele dar uma de demagogo e ir se tratar pelo SUS. Seria irresponsabilidade para com ele, para com a família dele e, enfim, para com os brasileiros que esperam dele uma contínua participação na política. Ninguém faria isso. Ninguém, podendo pagar, iria optar por um tratamento do serviço público. Também não cabe fazermos qualquer pessoa, político ou não, tirar vaga no SUS, caso possa pagar. E ainda mais: não há protesto político que se justifique, contra o SUS, se para tal é necessário usar das agruras individuais de quem quer que seja, muito menos do ex-presidente. Até porque o ex-presidente, junto com FHC, monta a dupla de governantes que empurrou este país para a condição que estamos hoje, que é muito melhor – em todos os sentidos – do que a da década de oitenta. Só não quer perceber isso quem teima na cegueira ou quem é viuvinha da Ditadura Militar. Não sou apoiador incondicional de Lula, ao contrário. Mas, não sou burro.
Todavia, há quem, por exclusiva mágoa pessoal, por ser pessoalmente um derrotado, aproveita da doença do ex-presidente para vir gritar contra ele, fingindo que está gritando contra o SUS. São os que estão fazendo uma “campanha” – devidamente orquestrada na Internet – com o título: “Lula, trate-se pelo SUS”. Na ingenuidade, muitos que são anti-petistas ou que têm divergências com Lula por conta do “mensalão” e coisas parecidas, engrossam a tal “campanha”. Mas, na base dela, não há divergência política – é isso que assusta. Na base o que há é a derrota. Não digo derrota política não. Digo, derrota pessoal. Ou seja, ainda há no Brasil aqueles que se acham melhores que um operário que virou presidente. Aqueles que nunca fizeram nada por si mesmos ou que realmente são incompetentes e, então, falam diante do espelho: “o que é que um operário barbudo, analfabeto, tem que eu não tenho, porque ele e não eu?” Lula sempre foi vítima disso. Sempre despertou esse tipo de sentimento em determinados grupos da população, que antes nós, filósofos com algum jargão de esquerda, chamávamos de “lumpesinato”. Hoje, não se trata mais de usar esse termo. O que temos que falar é, sim, na aliança entre o preconceito contra figuras como o Lula e a própria derrota pessoal.
O preconceito aliado à derrota pessoal gera um sentimento horrível que pode atingir ricos e pobres, não importa. Lula causa asco nesses grupos de invejosos, de mal amados, exatamente porque ele não só teve sucesso pessoal, mas porque, em boa medida, algo que ele prometeu ele cumpriu, e que parecia impossível. Ele fez realmente uma política que ampliou o mercado interno e possibilitou que mais gente viesse para a classe média, e fez isso sem romper com a democracia liberal. Lula passou a ser aplaudido pela população a despeito de todas as falhas do PT na condução do combate à corrupção. Esse êxito pessoal de Lula bate de frente com a derrota pessoal dos que alimentam, agora, a indisposição contra ele na Internet.
Esse movimento na Internet não é eleitoreiro. Ainda não é. Ele é ruim exatamente porque não se trata de política, é apenas o ódio interior de todo aquele que não suporta o êxito do outro. Como sempre tive sucesso nos meus empreendimentos, sei bem o que é virar alvo desse tipo de inveja que aponta suas baterias contra Lula. Sei que isso vem bem do interior do inferno. O inferno das almas dos derrotados e preteridos. Os Caims da vida.
Sobre esse tipo de sentimento, aproveitando-se dele, é que todos os regimes extremados, de direita e esquerda, fizeram sua história.

Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ.
http://bit.ly/uqZq9o