Joelmir Beting noticias@band.com.br
Com o real forte os produtos brasileiros ficam mais caros que os similares estrangeiros. A saída é vender menos ou cobrar menos
O câmbio fora do lugar, para baixo ou para cima, é um jogo de vencedores e perdedores.
Quem são os perdedores com o dólar barato, pesando menos do que realmente vale?
Em primeiro lugar, os exportadores em geral. Com o real forte os produtos brasileiros ficam mais caros que os similares estrangeiros. A saída é vender menos ou cobrar menos – uma ou outra, no prejuízo. Ocorre que, entre os exportadores, as perdas são maiores para produtos de baixo valor agregado, tais como os minerais e os produtos agrícolas.
Dólar fecha no menor nível em 12 anos
Também perdem os setores de emprego intensivo, como têxteis e calçados: o salário, em dólar, fica mais elevado sobre o da concorrência lá fora e aqui dentro.
As perdas são igualmente maiores para fazendas e fábricas com baixo conteúdo de matérias primas importadas, e bens intermediários importados, de máquinas, equipamentos, peças e componentes importados.
Na agricultura, por exemplo, o que os exportadores perdem com o dólar fraco podem recuperar pelos preços melhores lá fora e pelos insumos importados mais baratos: fertilizantes, óleo diesel, defensivos químicos.
Na indústria, perdem bem menos (ou nada perdem) os exportadores de produtos acabados, com elevado teor de componentes importados – de até 60% em automóveis ou de até 90% em celulares, na vasta cadeia de bens de informática. Os exportadores industriais perdem menos se operando com licenças importadas e com créditos externos, mais baratos.
Em resumo: no lado perdedor, temos muita gente chorando por aí de barriga cheia. Quem tem razão de reclamar do câmbio é a vasta família de empresas multinacionais aqui estabelecidas.
Nos oito anos e meio de governo lulopetista, o dólar perdeu nada de 61% de seu poder de compra aqui no Brasil. Yes, o Brasil fica 61% mais caro em dólar.
Vejamos agora a outra face da moeda cambial, a dos vencedores ou ganhadores.
Dólar fraco – dólar barato – reduz os preços, em real, de todos os produtos importados. Reduz os custos, em real, dos créditos externos de governos e de empresas, além dos custos de licença e de transferência de tecnologia.
Na saúde, dólar fraco alivia os custos de equipamentos e de medicamentos – dos quais ainda é grande nossa dependência externa.
Em resumo: com o dólar furado no Brasil ganham os importadores, os consumidores e os investidores.
A maior âncora do Real, nas marolas da inflação, é justamente a âncora cambial. Sem ela, o bolso da gente estaria hoje ferrado pelo dobro, com IPCA de dois dígitos. Ou de até 12% ao ano.
Ora, reduzir pela metade a inflação, façanha do dólar fraco, é também salvar, na mesma proporção, o poder de compra dos rendimentos do trabalho. No formal e no informal.
Dá para reclamar do câmbio nosso de cada dia?
O problema é que a mídia econômica só ouve e espalha o discurso ruidoso dos perdedores – em minoria. Não se dá muita bola aos suspiros silenciosos dos ganhadores – em maioria.
Quem são os perdedores com o dólar barato, pesando menos do que realmente vale?
Em primeiro lugar, os exportadores em geral. Com o real forte os produtos brasileiros ficam mais caros que os similares estrangeiros. A saída é vender menos ou cobrar menos – uma ou outra, no prejuízo. Ocorre que, entre os exportadores, as perdas são maiores para produtos de baixo valor agregado, tais como os minerais e os produtos agrícolas.
Dólar fecha no menor nível em 12 anos
Também perdem os setores de emprego intensivo, como têxteis e calçados: o salário, em dólar, fica mais elevado sobre o da concorrência lá fora e aqui dentro.
As perdas são igualmente maiores para fazendas e fábricas com baixo conteúdo de matérias primas importadas, e bens intermediários importados, de máquinas, equipamentos, peças e componentes importados.
Na agricultura, por exemplo, o que os exportadores perdem com o dólar fraco podem recuperar pelos preços melhores lá fora e pelos insumos importados mais baratos: fertilizantes, óleo diesel, defensivos químicos.
Na indústria, perdem bem menos (ou nada perdem) os exportadores de produtos acabados, com elevado teor de componentes importados – de até 60% em automóveis ou de até 90% em celulares, na vasta cadeia de bens de informática. Os exportadores industriais perdem menos se operando com licenças importadas e com créditos externos, mais baratos.
Em resumo: no lado perdedor, temos muita gente chorando por aí de barriga cheia. Quem tem razão de reclamar do câmbio é a vasta família de empresas multinacionais aqui estabelecidas.
Nos oito anos e meio de governo lulopetista, o dólar perdeu nada de 61% de seu poder de compra aqui no Brasil. Yes, o Brasil fica 61% mais caro em dólar.
Vejamos agora a outra face da moeda cambial, a dos vencedores ou ganhadores.
Dólar fraco – dólar barato – reduz os preços, em real, de todos os produtos importados. Reduz os custos, em real, dos créditos externos de governos e de empresas, além dos custos de licença e de transferência de tecnologia.
Na saúde, dólar fraco alivia os custos de equipamentos e de medicamentos – dos quais ainda é grande nossa dependência externa.
Em resumo: com o dólar furado no Brasil ganham os importadores, os consumidores e os investidores.
A maior âncora do Real, nas marolas da inflação, é justamente a âncora cambial. Sem ela, o bolso da gente estaria hoje ferrado pelo dobro, com IPCA de dois dígitos. Ou de até 12% ao ano.
Ora, reduzir pela metade a inflação, façanha do dólar fraco, é também salvar, na mesma proporção, o poder de compra dos rendimentos do trabalho. No formal e no informal.
Dá para reclamar do câmbio nosso de cada dia?
O problema é que a mídia econômica só ouve e espalha o discurso ruidoso dos perdedores – em minoria. Não se dá muita bola aos suspiros silenciosos dos ganhadores – em maioria.
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